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Amor & Emoção x Razão


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Que contas prestarei a Deus?

Um dia, estando em frente ao mar, numa total sintonia, absorta, concentrada nos pensamentos, liberta do mundo exterior, de repente surge das águas do mar o esboço de um vulto que se materializa, assumindo a forma de Jesus, o diálogo mental continua, na verdade estivera o tempo todo falando com Ele:
-Que contas prestarei a Deus...Eu sou uma decepção não é mesmo?


-Por que falas isso?


-Sou uma pessoa saudável, um corpo completo, um organismo perfeito, com a Graça de Deus:


*Tenho um par de olhos, bonitos, expressivos e poderosos, mas uma visão estreita/curta limitada para enxergar os desígnios de Deus e a beleza que todos os dias surge para mim. Olhos que lançam feixes de agressividade, ao invés de ternura e de luz;


*Tenho dois ouvidos, mas uma audição falha que não permite ouvir a voz de Deus, Suas mensagens enviadas através do Universo que me rodeia e do qual faço parte;


*Tenho boca, lingua, dentes, cordas vocais, um aparelho fonador, todo o conjunto preparado para ter o dom da palavra e transmitir conhecimento, sabedoria, harmonia, serenidade, conforto, esperança, fé, mas faço mau uso ou indevido, com gritos, mal julgamentos, críticas, proferindo palavras que magoam e ferem como punhal;


*Tenho mãos aptas para trabalhar, abraçar, acariciar, plantar ou semear, ajudar a erguer quem está no chão, mas tão pouca habilidade ou destreza para as usar, embora prontas para atirar a primeira pedra em quem erra, principalmente em mim mesma;


*Tenho pernas e pés para andar, correr, saltar, dançar mas passo a maior parte do tempo sentada;


*Tenho seios com algum volume e beleza, mas não dou o devido valor, chegando mesmo a achá-los sem graça ou sem beleza, quando muitas mulheres submetem-se à cirurgias, mesmo correndo riscos para a saúde, para torná-los volumosos;


*Tenho um corpo de mulher apto para a maternidade, mas escondido sob roupas pouco femininas ou sensuais, que em nada o faz sobressair ou realçar, não direcionado para ser mãe.


*Tenho uma libido normal, mas um "fogo" contido, reprimido falsamente ou supostamente, sublimado;


*Tenho desenvolvimento mental normal, mas interiormente deixei que o complexo de inferioridade predominasse, assumi como sendo possuidora de falha intelectual, de raciocínio, de inteligência e de capacidade, embora com grande criatividade, agilidade mental e um pensamento veloz;


*Tenho a profissão que escolhi, o sonho de uma vida, mas que deixei que as circunstâncias da vida impedisse de a exercer conforme fora idealizada, transformando-a em funcionária pública somente;


*Tenho um emprego seguro que me dá um salário que muita gente não tem e ainda assim conto os dias para receber o próximo salário, porque esbanjo como se rica fosse, mas apresento-me como pobre, não possuo nenhum bem material (casa, carro) e nem constitui família, como o fizeram as pessoas da minha geração, ou o meu pai que saiu de uma aldeia pobre, com poucos estudos e recursos, foi para uma cidade, num outro país e com seu esforço, sacrifício, trabalho, inclusive até fome passou, constituiu família e construiu um império(uma grande loja (2 andares) de comércio varejeiro, uma casa de 3 andares, 4 quartos, dependência de empregada, com piscina, garagem para 5 carros) formou 3 filhos, a minha mãe saída também da aldeia, recem-casada, jovem, com poucos estudos, foi junto com meu pai para uma cidade, sem conhecer ninguém, criou os filhos, fazia contas mais rápido que os vendedores, tinha destreza manual para bordar, fazer tricô, arranjos de flores, bolsas e cintos com contas, tinha muita criatividade, sempre pronta para ajudar a quem precisasse e apesar de toda a dificuldade que passou, tinha uma alegria de viver muito grande, estava sempre cantando modinhas da sua terra como se não tivesse nenhuma dificuldade;


*Tenho o dom de entrar em sintonia com o Universo e consequentemente com Deus, mas pouco fiz para aprimorar, desenvolver e aplicar esse dom, não aprimorei a intuição peça fundamental para essa sintonia;


*Tenho o Reiki e a Radiestesia ao meu dispor, mas, não aprofundei o conhecimento, subutilizo-os ou utilizo-os sem confiança ou convicção;


*Tenho os fundamentos do voley, gosto desse esporte, inclusive já foi o "ar que eu respirava", mas não os ponho em pratica como poderia, pelo contrário, às vezes até parece que não os tenho, quando deixo que pensamentos mesquinhos atrapalhem;


*Tenho gosto pela escrita e sei escrever, mas não aprimorei o talento, apenas junto as letras formando palavras, construindo frases, mas com pouco valor literário, escrevo muito mas pouco digo, são muitas palavras para pouco dizeres ou conteúdo.


O diálogo, ou melhor o monólogo, foi interrompido, como se tivesse ficado um vazio, pelo reconhecimento justamente dessa vida vazia ou melhor dizendo, deste vazio existencial e pelo receio de não suportar a resposta de Jesus assinalando ou enumerando o desperdício dos dons e talentos que Deus colocou à disposição .

2 comentários:

Alcione Sousa disse...

É amiga
Neste teu relato ,só esta faltando um pouco de caridade para contigo mesma
Do foco em que te enxergo,o cabedal das qualidades é bem maior
Muita paz
Namastê

Céu disse...

Oi amiga, que bom que veio, tenho procurado por você no seu cantinho, mas você não tem aparecido (pelo menos não tem post novo), obrigada pelo seu comentário, penso que ao contrário, tenho sido muito complacente comigo mesmo, por isso não sei que contas prestarei. O seu foco projeta em mim o cabedal de qualidades que você possui, que é muito amplo.
Namastê!