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Amor & Emoção x Razão


domingo, 28 de janeiro de 2018

Adeus ao companheiro Sunny




Uma despedida é sempre penosa,  é uma parte de nós que se vai, independentemente de ser um amigo  ou, neste caso, ser um carro.
Se alguém lesse  o que foi escrito no parágrafo anterior iria dar gargalhadas e dizer "quem escreveu isso não deve bater bem da cabeça, onde já se viu despedir-se de um carro que provavelmente terá sido substituído por um carro mais novo", se alguém disser isso não está errado, mas também não está certo, um carro é uma máquina e neste ponto a pessoa estaria certo, porém quando se estuda e/ou trabalha distante de casa e utilizamos um carro para nos deslocar, acabamos por criar uma ligação com o carro, por vezes, sem nos apercebermos, verbalizamos nossos pensamentos, planos, frustrações, raiva e outras emoções, como se estivesse alguém connosco nos ouvindo e quando se repete por muitos anos e as viagens são seguras, mesmo quando por frações de segundos adormecemos ao volante, como acontece a quem faz turno noturno e pega a estrada, os primeiros raios de sol conduzem a uma sensação de leveza, acabamos por "sair de órbita" sem sentir e por breves instantes adormecemos e somos despertados pelo carro antes de cometer algum acidente, por exemplo despertar antes do carro bater no separador da estrada, é claro que não foi o carro e sim Deus que impediu que houvesse o acidente, mas o instrumento utilizado foi o carro.
A ligação com o carro torna-se mais forte, quanto mais situações existirem envolvendo esse binômio motorista-carro, ao ponto de haver uma comunicação não verbal  entre ambos, o estabelecimento de uma espécie de código, por exemplo, é necessário calibrar os pneus, mas naquele momento não é possível, há uma promessa muda de o fazer em outra altura e o carro "entende" e "espera" "manifestando-se" de alguma forma quando chega a altura combinada e logo surge o pensamento "tem razão eu fiquei de verificar os pneus"
São tantas lembranças, tantos momentos , tantas emoções tendo como testemunha o carro, inclusive momentos em que ambos, carro e motorista, foram alvo de violência,  aquele sofreu vandalismo,  este, dias depois sofreu danos morais, psicológicos e profissionais, na mesma localidade, que é impossível que a separação desse binômio motorista - carro não seja penosa. Mas, teve que ser, devido a idade, já ultrapassara um quarto de século, já não podia circular em determinadas localidades e além disso já começava a apresentar algumas deficiências que poderia causar algum acidente e antes que isso acontecesse foi entregue para "abate" e substituído pelo "neto", um carro cheio de "frescura", digo, de botões , com tecnologia avançada, possibilita ver o nome das ruas por onde vai passando, as luzes acendem automaticamente quando entra num túnel ou na garagem, entre outras tecnologias, entretanto,  com tudo isso, se deficiências que o outro apresentava pudessem ser resolvidas, a preferência recairia no"velhinho", no momento nenhum carro se compara, pois ele era um carro elegante, harmonioso, com ampla visibilidade, entra em qualquer vaga, não precisa de sensores, seguro nas curvas, força no arranque e na subida, uma mala grande, oferecia conforto aos passageiros, etc... sem contar que nenhum carro que vier será um autêntico companheiro como o "velhinho" foi...
Adeus e obrigada Sunny, companheiro de parte da vida, ficará para sempre guardado no coração e na memória, principalmente porque fez parte da concretização de um sonho, assim como sofreu junto quando esse sonho transformou-se em pesadelo.

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