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Amor & Emoção x Razão


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Consuta médica ou mercearia?

A evolução do conhecimento é tão grande que agora os Homens já se dirigem a um consultório médico não para falar dos seus sintomas ou de sua saúde abalada e sim como quem vai à mercearia: "eu quero isto, eu quero aquilo, esse não quero, quero aquele produto". Caso não seja atendido em suas pretensões, ofende, insulta, ameaça e/ou pede o livro de reclamações.
Hoje em dia parece que todos sabem de tudo e por isso acham-se no direito de direcionar o trabalho do profissional, não só médico, como outros.
Passamos de um extremo ao outro,em termos de consulta médica, antes só em último caso, agora procura-se demasiadas vezes sem esperar efeito do tratamento instituído e muitas vezes depois de se dirigirem à farmácia é que vão ao médico para que este lhes passe a receita do medicamento que comprou na farmácia sem receita médica, para não pagar ou ter descontos.
O Médico de Família, na concepção dos usuários e o que é pior dos próprios colegas, não é um médico que tirou a especialidade em Medicina Familiar e sim um secretário ou um administrativo qualificado, que tem o selo para por nos papéis, ou seja um burocrata em que só está ali para:
... transcrever os pedidos de exames que o "especialista" passou, sem ao menos ter o trabalho de os prescrever por escrito: "vá ao seu médico de família para que ele lhe passe um p1 para...", ...passar a receita dos medicamentos que até nem foi passado por nenhum médico e sim porque ouviu o vizinho dizer que fazia bem.
...Passar relatórios clínicos para a segurança social de situação que é seguida por outro especialista
...Passar certificados de incapacidade temporária de intervenções cirúrgicas iniciais, quando neste caso deveria ser passado por quem realizou a intervenção fazendo-se acompanhara por uma informação para que o Médico de Família pudesse renová-lo até quando fosse necessário.
...Passar credenciais para serem consultados no hospital, quando foram observados no serviço de urgência do hospital e, ao invés de ser devidamente encaminhado automaticamente para a consulta externa da especialidade indicada são orientados, verbalmente na maioria das vezes, para se dirigirem ao Médico de Família e este os encaminhar para a consulta externa desse mesmo hospital.
Que frustração deve sentir um médico ao saber que é consultado não em termos dos seus conhecimentos técnico científicos (caso os tenha), mas sim por causa do seu selo, para que tenham descontos ou porque não pagam nada para fazer análises laboratoriais e exames que pretenderem ou ainda para que o tratamento "seja de graça", esquecendo-se que sai do bolso de todos aquilo que ele não paga ou recebe desconto e que portanto deveria ser usado criteriosamente de acordo com a necessidade e não para satisfação de vontades, como de querer fazer análises "para ver se estou bem" e continuar com hábitos pouco saudáveis ou não recomendáveis para a manutenção da saúde, como por exemplo auto medicar-se, fumar, beber, ingerir excesso de gorduras, etc.

2 comentários:

Carlos disse...

ótima reflexão. é triste pensar que esse tipo de coisa acontece, acredito que é fruto da ignorancia.

Seu blog é uma fábrica de ótimso textos, parabéns.

Céu disse...

Obrigada por seu comentário, Carlos!
Concordo que seja fruto de ignorância, o que é pior é a presunção de ter aquilo que não tem na realidade,o conhecimento.
Obrigada pela expressão"fábrica de ótimos textos", é bom sentir que o que escrevemos é apreciado por mais alguém além de nós próprios que escrevemos, ainda mais se for por quem escreve textos espetaculares como você.
Um abraço