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Amor & Emoção x Razão


quinta-feira, 24 de junho de 2021

Noite de São João...Recordar as Festas Juninas de outrora


Uma mensagem recebida fez recordar o tempo das festas Juninas, no passado longínquo além do horizonte:
As festas Juninas revelam muitos elementos históricos, religiosos e mitológicos curiosos, que passam despercebidos. Seguem o calendário litúrgico da Igreja Católica, que, no processo de assimilação dos antigos cultos pagãos europeus – na transição da Idade Antiga para a Idade Média, acabou por substituir os rituais dedicados aos deuses médio-orientais, gregos, romanos e nórdicos por festas dedicadas aos santos.
Origem do Dia de São João
Havia, na segunda quinzena do mês de junho, quando ocorria o solstício de Verão na Europa, o culto a deuses da natureza, das plantações, colheitas etc. Um desses deuses era Adônis, que, segundo o mito grego, foi disputado por Afrodite (deusa do amor) e Perséfone (deusa do submundo na mitologia grega). A disputa foi apaziguada por Zeus, que determinou que Adônis passaria metade do ano com Afrodite, no mundo superior, à luz do Sol, e a outra metade com Perséfone, no mundo inferior, nas trevas.
Essa disputa entre deusas acabou sendo associada aos ciclos naturais da vegetação, que morre no Inverno e renasce e vigora na Primavera e verão. O culto a Adônis, cujo dia específico era 24 de junho, tinha por objetivo a celebração dessa renovação, da “boa-nova” do renascer da natureza. Essa ideia foi assimilada pelo cristianismo, que substituiu Adônis por São João Batista.
São João Batista, na tradição cristã, anunciou a “boa-nova” (boa notícia) da vinda do Cristo, filho de Deus, salvador da humanidade, que “renovaria todas as coisas”. Foi ele também que batizou Cristo no rio Jordão. Da história de São João, a cultura popular europeia retirou vários símbolos, que passaram a se mesclar com os tradicionais ritos de colheita remanescentes do culto a Adônis:
A Fogueira
A fogueira, característica das festas de São João, tem seu fundamento na história do nascimento de João Batista. A fogueira era um sinal de Santa Isabel, mãe de São João, para Maria, mãe de Jesus. Abaixo segue uma sinopse da história, adaptada pela pesquisadora Lúcia Rangel (A lenda do surgimento da fogueira de São João”. In: RANGEL, Lúcia H. V. Festas juninas, festas de São João: origens, tradições e história. São Paulo: Publishing Solutions, 2008. p. 35.)
“Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se. Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que dentro de algum tempo nasceria seu filho, que se chamaria João Batista.
Nossa Senhora então perguntou:
— Como poderei saber do nascimento dessa criança?
— Vou acender uma fogueira bem grande; assim você poderá vê-la de longe e saberá que João nasceu. Mandarei também erguer um mastro com uma boneca sobre ele.
Santa Isabel cumpriu a promessa. Certo dia Nossa Senhora viu ao longe uma fumaceira e depois umas chamas bem vermelhas. Foi à casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica.”
No caso específico do Brasil, a prática do acendimento da fogueira na noite de 23 para 24 de junho foi trazida pelos jesuítas. Tal prática foi com o tempo associada a outras tradições populares, como a quadrilha caipira, que herdou elementos de bailes populares da Europa:  
A quadrilha surgiu nos salões da corte francesa, recebendo o nome de “quadrille”, mas é de origem inglesa, uma dança de camponeses chamada “campesine”. Na época da colonização do Brasil, os portugueses trouxeram essa dança, bem como seus principais elementos: os vestidos lindos e rodados (que representavam as riquezas da corte), os passos puxados na língua francesa (anarriê, avancê, tour, etc.) e os agradecimentos aos santos pelas boas safras nas plantações.
O casamento caipira faz uma sátira aos casamentos tradicionais. A noiva está grávida e o pai da mesma obriga o rapaz a se casar. A apresentação do casamento na roça é muito engraçada, pois o noivo aparece bêbado, tentando fugir do altar por várias vezes, sendo capturado pelo pai da noiva que lhe aponta uma espingarda. Este conta com o apoio do delegado da cidade e do padre para que o casamento seja realizado. Após a cerimônia, os noivos puxam a quadrilha.
Os balões juninos indicam o início da festa, mas foram criados para reverenciar os santos da festa, agradecendo pela realização dos pedidos, normalmente relacionados ao namoro e ao casamento, onde as pessoas encontram seus pares românticos. Os balões não são mais usados, podem ocasionar vários incêndios, caindo em locais perigosos e destruindo a natureza.
Os fogos se originaram na China, também como forma de agradecer aos deuses pelas boas colheitas. São elementos de proteção, pois espantam os maus espíritos, além de servir para acordar São João com o barulho.
A lavagem dos santos é o momento em que as suas bandeiras são mergulhadas em água, para trazer purificação. As bandeirolas representam as bandeiras dos santos, levando purificação a todo o local da festa.
O pau de sebo é uma brincadeira com o objetivo de se ganhar uma quantia em dinheiro, que está afixada em seu topo. Com essa diversão a festa fica mais animada, pois as pessoas têm que subir no mastro, lambuzado de gordura. Muitas vezes, os participantes vão subindo nos ombros uns dos outros, até conseguirem pegar o prêmio, que acaba servindo para pagar parte de suas despesas na festa.
As simpatias proporcionam aos convidados maior sorte no amor. Os santos juninos são conhecidos como santos casamenteiros, mas santo Antônio é o mais influente deles. Nessas práticas, a imagem do santo é castigada, até que a pessoa consiga encontrar um amor.
As comidas típicas também são símbolos juninos, como forma de agradecimento pela fartura nas colheitas, principalmente do milho, a festa se tornou farta em seus deliciosos qui tutes como: curau, canjica, pamonha, bolo de milho, milho cozido, pé de moleque, paçoca, maçã do amor entre outros.

 
                                          
Os passos da Quadrilha:
Duas fileiras são formadas, uma de damas e outra de cavalheiros, uma de frente para outra, afastadas por uma distância de aproximadamente 2,5 m. Cada par deve ficar de frente um para o outro. Ao iniciar a música, o narrador inicia com o primeiro comando, muito embora cada narrador siga sua própria sequência de comandos, um roteiro sugerido para narradores que estão liderando a Quadrilha de Festa Junina pela primeira vez.
1 – Balancê »Neste comando os casais balançam o corpo seguindo o ritmo da música. Usado como um grito de incentivo, o balancê se repete ao final de cada passo, ao se dar um comando somente para os cavalheiros, as damas permanecem no balancê e vice-versa. Anavan(en avant) – damas e cavalheiros caminham balançando os braços. Returnê(returner) – dançarinos retornam ao seu lugar. Tur (tour) – casais dão uma volta completa, cavalheiro abraça a cintura da dama e ela coloca a mão em seu ombro.
2 – Cumprimentos às Damas » balançando o corpo, os cavalheiros, caminham até as damas e quase se ajoelhando cada rapaz cumprimenta sua parceira, aqueles que estão de chapéu (chapéu de palha) o retiram enquanto se ajoelham.
3 – Cumprimentos aos Cavalheiros » Elas, balançando o corpo e caminhando em direção aos cavalheiros, cada uma das damas, cumprimentam seu respectivo par.
4 – Grande Passeio » os casais, homem segurando a mão esquerda da dama, passeiam em círculo, enquanto balançam os braços para baixo acompanhando o ritmo da música.5
5 – Túnel » os casais, homem segurando a mão esquerda da dama, passeiam em círculo, enquanto balançam os braços para baixo acompanhando o ritmo da música.–  os casais de andando em fila de mãos dadas, o primeiro casal para, se viram de frente um para o outro e de mãos levantas formam um arco. O segundo casal passa por dentro do arco e também formam um arco, esta sequência é repetida até que todos tenham passado por dentro do túnel.
6 – Anavan Tur » casais dão uma volta completa, cavalheiro abraça a cintura da dama e ela coloca a mão em seu ombro.
7 – Caminho da Roça » Em uma fila única, dama à frente de seu parceiro, caminham balançando os braços. 
8 – Olha Cobra! » Este comando inverte o sentido em que os casais estavam andando, esta marcação é trocada em alguns casos por “olha a chuva”, “olha a inflação”, “ponte caiu” entre outros
9 – É Mentira! » Este comando inverte o sentido em que os casais estavam andando
10 – Caracol » Damas e cavalheiros estão em fila única. Após ouvir este comando o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, formando um caracol.
11 – Desviar » Este comando é dado para que o primeiro da fila comece a desenrolar o caracol.
12 – Grande Roda » A fila é única agora, saindo do caracol. Forma-se uma roda que se movimenta, sempre de mãos dadas, à direita e à esquerdo como for pedido. Neste passo, temos evoluções. Ouvindo “Duas rodas, damas para o centro ; as mulheres vão ao centro, dão as mãos.
Na marcação “Duas rodas, cavalheiros para dentro, acontece o inverso. As rodas obedecem ao comando, movimentando para a direita ou para esquerda. Se o pedido for “Damas à esquerda e “Cavalheiros à direita” ou vice-versa, uma roda se desloca em sentido contrário à outra, seguindo o comando.
13 – Coroar de Damas» os cavalheiros, segurando as mãos uns dos outros, erguem os braços sobre as cabeças das damas. Ao se abaixar os braços as damas serão enlaçadas pela cintura. Mantendo esta posição os casais se deslocam para o lado que o marcador comandar.
14 – Coroar de Cavalheiros » as damas de mãos dadas, enguem os braços sobre a cabeça dos cavalheiros, ao se abaixar os cavalheiros são enlaçados pela cintura. E se deslocam para o lado que o marcador pedir.
15 – Damas ao Centro » dois círculos são formados, um círculo dentro do outro, no centro um círculo formado pelas damas, do lado de forma um círculo formado pelos cavalheiros. Ambos os círculos rodam para a esquerda.
16 – Reformar a Grande Roda » Os cavalheiros caminham de costas, se colocando entre os damas. Todos se dão as mãos. A roda gira para a direita ou para a esquerda, segundo o comando.
17 – Despedida » Casais em fila, saem galopando e acenando para o público. Terminando assim a dança de quadrilha de festa junina.
Que os bons, felizes e descontraídos tempos do passado, retornem ao presente trazendo uma lufada de Esperança ao futuro de toda a Humanidade! 
Pela interceção de São João Batista, padroeiro de algumas localidades que lhe prestam homenagem, no dia de hoje, assim Deus o permita e os anjos digam Amém!

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