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Amor & Emoção x Razão


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Traçar planos a longo prazo é esquecer que o próprio futuro é incerto


RecadosOnline.com
Recados OnlineO Homem desde cedo planeja o seu futuro, delineia planos para realizar a curto, médio e  longos prazos, sem pensar que o amanhã é incerto e pode não chegar.
Nunca havia parado para refletir mais a fundo, nas minhas próprias palavras que talvez não seja de minha autoria e sim fruto da leitura de outros autores que também leram de outros autores e transmitiram ou até quem sabe serem os próprios autores: "não devemos contar  só com o amanhã, que o amanhã poderá não surgir", justamente ao fazer planos para o amanhã, na altura estava relacionado  com plano a dois, num relacionamento virtual (poderia não ter acesso a Internet, poderia haver desconfiguração dos programas, um vírus poderia danificar o computador, ou qualquer falha informática, etc...), mas hoje olhando para um projeto realizado, por um lado não pensando que o amanhã pudesse não chegar, mas ao mesmo tempo com muita antecedência, para o caso de surgirem imprevistos, por outro lado,constatando que foi realizado, mas que foi por um triz, esteve bem próximo de ter sido em  vão tudo que fora planeado e executado. De concreto a reflexão volta-se para a celebração dos 80 anos de vida do pai, desde o ano passado pensando que  deveria proporcionar uma comemoração diferente, foram muitos anos de sacrifício, luta, trabalhos árduos, anos a fio sem férias, total empenho que ganhou mais força com o comentário da nora, "temos que fazer uma festa de arromba, são 80 anos", as ideias começaram a surgir: Almoço surpresa com os filhos, irmãos e respectivas famílias, no restaurante na localidade onde nasceu; 1 livro, a sua biografia; 9 fotos que marcaram o seu passado transformadas em quebra-cabeças e 2 réplicas em miniaturas formando um jogo da memória, incentivo a ginástica/exercício mental uma forma de prevenir ou retardar o envelhecimento cerebral; vinho com rótulo personalizado. Foram meses de preparação, contatos realizados com antecedência para depois ser confirmado quando chegar a altura; o livro foi concluído e editado, 2 meses antes do dia do aniversário, assim como os vinhos encomendados vieram mais cedo para conseguir colocar os rótulos nas garrafas de vinho, atempadamente,                                                                                         sem que visse, para ser surpresa, que foram encomendadas do mesmo vinho que lhe fora dado como presente de Natal justamente para que apreciasse e dissesse se gostou ou não, caso contrário, procuraria outro vinho que fosse mais do agrado, já que seriam 80 garrafas simbolizando 1 garrafa por cada ano, a adega onde foi encomendado aceitou enviar sem rótulo, portanto foram 80 rótulos, 80 contra rótulos , mas apesar de ser a primeira vez que fazia esse tipo de trabalho, foi realizado muito mais rápido do que supunha ou pensava, assim foi entregue antes porque a Páscoa se aproximava e era para beber junto com os filhos e noras evitando que o fosse comprar, como tinha a intenção de fazer. Os quebra-cabeças e jogo de memória também ficaram prontos com a mesma antecedência, porém estes foram entregues antes, numa ocasião propícia, para não ser muita coisa junto o que acabaria perdendo o impacto de cada presente, porém acabou perdendo o impacto da mesma forma, no dia em que foi entregue começou a ficar doente, que foi piorando dia após dia, quando chegou Páscoa nem o vinho provou (já havia tomado junto com o filho, dias antes às refeições, até chegou-se a pensar que o vinho pudesse ter algum componente que causasse essa situação, visto que gostava da "pinga", como chamava o vinho, agora recusava e quando voltou a aceitar vinho, nunca mais bebeu dele), dada a situação, repensou-se o almoço do aniversário, falou-se com os filhos e concordaram que era melhor ser num restaurante próximo da residência, pondo de parte a ideia inicial de ser surpresa quer para ele, quer para a família, não mais na terra onde nascera, que ficava um pouco distante. O estado de saúde agravou, houve 2 episódios de urgência, o 2º, onde por efeito do tratamento agressivo, fruto de um diagnóstico apressado, teve uma hipoglicemia (baixo níveis de açúcar no sangue) acentuada, que o fez "patinar" culminando com internamento de 5 dias, saiu do hospital super debilitado. Foram dias de pesadelo quer para ele, quer para os filhos que o viram nesse estado, nunca o tinham visto tão frágil. Muito lentamente foi se recuperando, ao ponto de no dia do aniversário conseguir ir almoçar no restaurante, num bairro vizinho ao bairro de sua residência, com os filhos, noras, netas, dois irmãos e 2 cunhadas.
Esse episódio ensinou e reforçou que:
1- Passamos parte da vida olhamos para a frente, traçamos metas para realizar a longo prazo como se o inevitável nunca fosse acontecer, como se sempre houvesse um amanhã, mas chega a uma altura da vida em que passamos a ter mais presente a incerteza do amanhã, olhamos para trás e vemos o quanto corajosos e destemido fomos ao sonharmos e planejarmos o futuro, com a certeza de que ele viria, desprezando ou ignorando o risco dele não vir, como os noivos que programam o seu casamento com meses de antecedência, sem pestanejar, nem levantar a hipótese de acontecer algum revés na vida, tipo desemprego, doença, ou até mesmo o inevitável crepúsculo da vida.
2- Se pensarmos na incerteza do amanhã ficamos angustiados, sem ânimo, sem motivação, com baixa de energia, acabamos por bloquear a nossa criatividade, ficamos estagnados, nada fazemos, nada construímos ou planejamos, vemos a vida passar por nós, portanto temos que contrariar esse circuito , mas como? Agindo como se ainda fôssemos, crianças ou adolescentes, sonhando, planejando o que faremos no futuro, igual ao que fizemos quando escolhemos uma carreira, nos preparamos, prestamos vestibular, ingressamos na faculdade que nos formará na carreira que pretendemos, percorremos o caminho profissional, entramos no mercado de trabalho, paralelamente, desenvolvemos o projeto de construir uma família, planejamos o casamento, o nascimento  dos filhos, contudo sem a impulsividade que caracteriza os jovens e sim com a maturidade, responsabilidade, objetividade, senso crítico que adquirimos com o passar dos anos, fruto das experiências adquiridas e acumuladas na nossa jornada pela vida.
3- Contra o inevitável nada podemos, mas isso não significa que  vamos sentar,  cruzar os braços sem nada. fazer, há que sonhar, fazer planos, traçar metas e dar os passos necessários para a sua concretização, embora procurando  estar preparados se o inevitável surgir e  derrubar nosso projeto como se fosse uma onda do mar desfazendo o castelo de areia.