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Amor & Emoção x Razão


sábado, 2 de setembro de 2017

Cérebro e a Meditação


A meditação é uma técnica que exerce influência em diferentes funções cognitivas. Meditar é refletir, divagar, porém essa prática tem como objetico: evitar a corrente de pensamentos, deixando que a mente foque apenas um objeto, símbolo ou mantra. Assim, durante a meditação, o esforço executado pelo cérebro para se concentrar em um único ponto torna-o ativo, ao contrário da crença comum de que a meditação nada mais é do que um estado de repouso.  
Navegando sobre as ondas da Internet,  as ondas cerebrais se destacam principalmente em se tratando de meditação:
Estudos utilizando eletroencefalograma vêm demonstrando que a concentração, uma das etapas iniciais da prática meditativa, é um processo cognitivo que requer treinamento e integração de diferentes redes neuronais. O aumento de atividade de ondas alfa (ondas de 9 a 13 Hz, que refletem estados de relaxamento) e a redução de ondas teta (ondas de 4 a 8 Hz, que indicam tanto estado de sonolência quanto de atenção), durante a meditação, mostram que o cérebro se encontra mais orientado internamente, alerta e atento – ou mais vigilante.   Os autores observaram o aparecimento de ondas cerebrais amplas, conhecidas como ondas gama (de 27 Hz em diante), somente em indivíduos que meditavam diariamente, mostrando grande concentração e aumento de atividade neuronal.


Durante a meditação são  várias as áreas cerebrais que são ativadas:



Após a prática da meditação, essas ondas continuavam presentes no cérebro das pessoas, como se elas estivessem sempre muito focadas e concentradas, mesmo quando não estavam meditando. Em uma segunda etapa do estudo, os mesmos autores concluíram que a melhoria na concentração pode resultar em um estado mental menos ativo cognitivamente, no qual a execução de tarefas exija menos esforço cognitivo. As implicações clínicas podem favorecer indivíduos com déficit de atenção, que apresentam dificuldades em se concentrar. Esses processos estão relacionados a um aumento de atividade de redes de atenção dos lobos frontais anteriores, incluindo uma estrutura chamada córtex cingulado anterior (CCA), resultando em melhora crônica da atenção e da capacidade de concentração. O CCA é uma região envolvida tanto em processos de atenção quanto em processos afetivos e alterações autonômicas. O CCA e o córtex pré-frontal (CPF) modulam então respostas emocionais, provavelmente controlando a atividade neuronal dos componentes do sistema límbico, como a amígdala (hipoativada).
A ativação dessas áreas cerebrais específicas durante a meditação contribui para a sensação de bem-estar e conforto. Além dos efeitos na cognição e no humor, a prática da meditação é capaz de influenciar o sistema imunológico por meio da redução de pensamentos prejudiciais, muitas vezes eliminados durante o processo. O pensamento “gerado” no CPF projeta-se para o sistema límbico, envolvido no procesamento das emoções. Se o pensamento for prejudicial, o hipotálamo e, conseqüentemente, o eixo HPA são ativados, liberando uma cascata neuroendócrina que resulta na secreção do cortisol, o hormônio do stress. Se essa secreção é contínua, o sistema imune acaba se enfraquecendo.
A meditação também pode atenuar sensações de desconforto. A redução dos níveis plasmáticos do ACTH (hormônio precursor do cortisol), TSH (hormônio estimulador da tireóide) e do próprio cortisol, por exemplo, aumenta a síntese de neurotransmissores como GABA (efeito inibitório da ansiedade), dopamina (envolvida no sistema de recompensa e na sensação de satisfação), serotonina (afeto positivo), endorfinas (que aumentam a síntese de glutamato no cérebro, o que estimula o hipotálamo a liberar beta-endorfinas, reduzindo medo e dor, produzindo uma sensação de bem-estar e alegria), acetilcolina (relação com o aumento nos sistemas de atenção nos lobos frontais). Cientistas sabem que a percepção corporal depende da ativação dos lobos parietais superiores. O hipocampo modula o nível de excitação cortical e de responsividade, por meio de conexões com o córtex pré-frontal, amígdala e hipotálamo. Essas estruturas estão implicadas na capacidade de atenção e nas emoções e são fundamentais para a percepção de imagens.
A ativação da amígdala direita resulta em estimulação do hipotálamo, com subseqüente ativação do sistema nervoso parassimpático; que é responsável por proporcionar uma sensação de relaxamento e de profunda quietude, diminuindo a frequência cardíaca, a taxa respiratória e, consequentemente, a atividade do locus coeruleus (onde a norepinefrina é sintetizada). A queda na produção de norepinefrina diminuiria a estimulação do hipotálamo, reduzindo também a produção de hormônios do stress como ACTH e cortisol. Além disso, o hormônio argenina-vasopressina (AVP), que se encontra também rebaixado durante a meditação, contribui para a manutenção de afetos positivos, reduzindo fadiga e excitação, e é significativamente importante na consolidação de novas memórias e no aprendizado.
http://institutodeneurocienciasdecuritiba.blogspot.pt/2012_05_01_archive.html

Após essa "onda" surgiram no horizonte outra ondas em forma de interrogação: Será que a meditação só tem benefícios? será que  meditação pode acarretar algum malefício ou  dano ao cérebro? se a meditação ativa algumas zonas cerebrais  será que estas zonas quando ativadas frequentemente não poderão entrar em exaustão ou em colapso?
Tudo tem dois lados como uma moeda tem duas faces:Cara e coroa. Assim como tudo que for em excesso prejudica. Há que haver bom senso, peso e medida. existem estudos que demonstram que a pratica de meditação prolongada em termos de tempo ou forçada para gerar determinado efeito pode causar alguns efeitos colaterais, como surto psicótico, contudo, alguns pesquisadores garantem:
"São muito incomuns os efeitos colaterais. Com exceção dos psicóticos, eles só acontecem naqueles que querem forçosamente "conduzir" os efeitos, "gerar" as consequências da meditação, ao invés de apenas praticá-la tranquilamente. Meditação não é auto-hipnose. Meditação não é imaginação criativa. Ela é prática, sossegada, sem expectativas e sem violentar o processo. O fenômeno não precisa ser buscado, pois ela já é o próprio fenômeno, quando leva ao seu típico estado modificado de consciência. Na meditação, o imponderável já está presente, em si mesmo, e apenas ele levará a saltos quânticos de consciência, quando e como for oportuno. Basta, apenas, meditar, meditar, meditar… …e confiar."
Portanto, meditar é serenar o espírito, abrandar os pensamentos para libertar a mente de todas as suas amarras, naturalmente, em harmonia com o corpo.